quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O que difere um esportivo de um esportivado?

Por Redação

Sandero GT Line e Sandero RS: um traz apenas estética, enquanto o outro traz todo um retrabalho mecânico próprio

Se tem uma coisa que a internet adora é gerar tretas. Absolutamente qualquer coisa pode ser um ótimo combustível para a próxima treta do momento e isso, é claro, também acontece no mundo automotivo. Entre achismos e gostos pessoais, aqueles que querem apenas entender como as coisas funcionam se vêem perdidos em meio a um tiroteio de discursos desordenados e argumentos sem qualquer sentido, o que nos motivou a elaborar um pequeno artigo para sanar as dúvidas daqueles que buscam ter mais propriedade sobre o que dizem e/ou pensam.

Falando sobre os tipos de carros que existem, a expansão do mercado criou uma série de nichos/segmentos que nem sempre são compreendidos pelo público e um dos que ainda geram muita confusão envolve os esportivos. Enquanto uma parte acha que esportivo se resume em "Ferrari e Lamborghini", a outra ainda se pega unicamente aos números de ficha técnica - os famosos "pilotos de teclado" ou "jogadores de Super Trunfo" dos quais a internet já aprendeu a tirar sarro. Chega de papo e vamos ao que interessa.


Esportivado?

Fiesta Sport trazia elementos em preto brilhante, mas a mecânica era a mesma das versões normais

A palavra esportivado não existe oficialmente na língua portuguesa, mas foi um termo que nasceu e se popularizou com a chegada dos "esportivos de maquiagem", ou seja, aqueles modelos que só trazem um tratamento visual diferenciado e, geralmente, mais invocado. Esportivado é uma aglutinação dos termos "esportivo" e "adesivado" e é um tipo de veículo destinado aos que querem um visual menos careta que o original, mas não fazem questão de ter um carro de comportamento mais arisco.

Engana-se quem pensa que os esportivados são exclusividade do mercado brasileiro e/ou que são coisas dos últimos anos. Os fabricantes investem nesse segmento há muito tempo, pois é uma forma interessante de quebrar a monotonia do estilo original do carro e manter a garantia das modificações feitas pela própria empresa. Aqui vão alguns exemplos de esportivados que estiveram/estão à venda no mercado brasileiro:


Fiat Punto Blackmotion: seu bodykit era o mesmo do Punto T-Jet, enquanto a mecânica era a de um Punto comum.


Chevrolet Onix Effect: apostava em adesivos, rodas escurecidas e detalhes em preto brilhante.


Volkswagen Fox Pepper: trazia um bodykit exclusivo da versão e detalhes chamativos em vermelho (ou em preto, caso a carroceria fosse vermelha).


Renault Fluence GT Line: sua receita era idêntica à do Punto Blackmotion. O visual era o mesmo do Fluence GT, mas a parte mecânica era a mesma dos Fluence comuns.




Esportivo?

Jetta GLI; versão esportiva equivale ao Golf GTI e é um clássico da marca

O significado de esporte, segundo o dicionário Priberam, é "atividade que se faz por diversão ou entretenimento". Outra definição do mesmo dicionário diz que é uma "atividade que requer exercício corporal e que obedece a determinadas regras, para lazer, desenvolvimento físico ou demonstrar agilidade, destreza ou força". Ambas se enquadram perfeitamente no conceito de um carro com proposta esportiva: oferecer diversão ao volante, demonstrando agilidade e desempenho superiores aos de um carro convencional. Para isso, os esportivos dão alguns passos além dos esportivados e trazem, fora a estética diferenciada, todo um preparo mecânico para garantir uma condução mais nervosa.

Redução de peso, endurecimento do conjunto de suspensão, escalonamento mais agressivo das marchas, direção mais dura e direta, uso de motores mais fortes... Esses são alguns dos principais elementos que costumamos encontrar em carros esportivos. Em contrapartida, essas características também tendem a deixar o veículo mais desconfortável, beberrão e cansativo de se usar no dia a dia, o que coloca os esportivos em um nicho que não mira no consumidor padrão, mas sim naquele indivíduo que sabe o que quer e procura um carro que entrega algo a mais que o trivial. Aqui vão alguns exemplos de esportivos que estão ou já estiveram à venda no mercado brasileiro:


Peugeot 208 GT: era o único da família 208 a trazer o consagrado motor 1.6 THP, turbinado, e todo um acerto mecânico para lidar com a força extra. Saiu de linha e não tem previsão de retorno.


Fiat Punto T-Jet: era o único a trazer motor turbinado e cativou uma multidão de fãs pela condução divertida, além das muitas possibilidades de preparações. Também saiu de linha sem previsão de sucessor.


Volkswagen Polo GTS: o único da família a trazer o motor 1.4 turbo. Seu visual é o mesmo do GTI europeu, que não veio pra cá. Há ainda o Virtus GTS com os mesmos predicados como suspensão mais rígida, direção e câmbio com calibragem mais agressiva, etc.


Honda Civic Si: o Civic mais nervoso oferecido no Brasil traz o mesmo motor da versão comum Touring, mas numa calibragem diferente que rende mais força. Também traz uma série de mudanças na suspensão, freios e câmbio para se comportar de forma mais violenta.





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